Centro de Reabilitação de Porto Alegre pede apoio para ampliar atendimentos

Em busca de atendimento especializado para os filhos com lesão cerebral, um grupo de 15 pais se uniu, em 1964, para compartilhar conhecimento, obter terapia de reabilitação e, consequentemente, uma vida melhor para as crianças. Mais de cinco décadas depois, o Centro de Reabilitação de Porto Alegre (Cerepal), referência para centenas de famílias, precisa de colaboração para fazer seguir atuando e fazer ainda mais.

“Nós éramos um centro de reabilitação física, hoje somos referência também em reabilitação intelectual”, comemora Inajara Lafourcade, presidente da entidade, ao se referir a uma série de atendimentos como fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, assistência social e hidroterapia, que beneficiam 170 pacientes infantis e 300 adultos por dia na sede da entidade, na zona norte da capital.

A listagem inclui ainda serviço social, uma escola com o ensino voltado à preparação para a inclusão de 120 alunos no aprendizado regular, dispensação de cadeira de rodas, órteses e próteses e, desde o início de 2020, atendimento especializado para autistas.

A principal renda do Cerepal vem de convênios com prefeituras, Governo do Estado e União, já que todos os pacientes são encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, manter as contas em dia está cada vez mais difícil. “As despesas vão muito além dos salários. Nossa arrecadação total, incluindo as doações, fica em torno de 300 mil por mês, porém o nosso déficit é de R$ 50 mil mensais, isso é muito dinheiro. A gente paga uma conta hoje, outra amanhã e assim vai indo”, conta Inajara.

Para contornar a falta de recursos, a entidade conta com a ajuda de doações. Parte delas vem do Imposto de Renda, através do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Funcriança), projeto em que o cidadão pode escolher o destino do seu tributo e as entidades assistenciais a serem beneficiadas.

“Temos três projetos de captação de recursos junto ao Funcriança. Um deles pode reduzir a nossa conta de luz, que hoje é de R$ 5 mil por mês, em 90 por cento, com a instalação de placas e equipamentos para a geração de energia solar. O custo total é de R$ 184 mil, até agora temos 123 mil”, explica a dirigente.
Os outros dois são destinados à qualificação dos serviços, como a compra de equipamentos e à conservação dos prédios que abrigam a instituição.

“Este ano estamos com bastante dificuldade para fazer essa captação, as pessoas devem ter priorizado outras coisas. Esses projetos são essenciais, pois a gente não tem verba para tudo”. As doações podem ser feitam até 31 de dezembro, basta guardar o comprovante e apresentar na hora de declarar o Imposto de Renda. Pela lei, pessoas físicas podem doar até 6% do I­R e as empresas, 1%.

Com o orçamento apertado, o Cerepal também participa de outros projetos que tragam alguma fonte de renda, como Tampinha Legal e Nota Fiscal Gaúcha. Ainda disponibiliza contas bancárias para depósitos e recebe donativos.

“Alimentação, material de higiene, de limpeza, tampinhas de plástico, toda doação é muito bem vinda. As roupas que recebemos são revendidas em um brechó, nosso grupo de mães é bem atuante”, completa Inajara.
As contribuições são revertidas em equipamentos, em melhorias na estrutura oferecida aos pacientes. As mais recentes foram pintura dos prédios, reforma da piscina e de banheiros. A próxima meta é a colocação de toldo entre os prédios, para que as crianças não tenham problemas com a exposição ao sol ou à chuva.
O passo a passo de como destinar o imposto de renda via Funcriança e outras informações sobre como se tornar um apoiador das atividades do Cerepal podem ser obtidas no site www.cerepal.org.br/comodoar.

Doações podem ser entregues pessoalmente na Rua Brigadeiro Oliveira Neri, 100 e 115 – bairro Passo D’Areia, Porto Alegre.

Fonte: Jornal do Comércio